Referendo sobre a lei eleitoral na Itália em 2009

O referendo sobre a lei eleitoral na Itália em 2009 ocorreu nos dias 21 e 22 de junho. Foi uma iniciativa dos congressistas Mario Segni, Giovanni Guzzetta, Arturo Parisi, Antonio Martino e Daniele Capezzone. Com uma abstenção de 76,7% no dia 21 e 76,2% no dia 22, o referendo não obteve o quórum necessário (50% dos eleitores) e seu resultado, portanto, foi considerado inválido.[1][2]

O referendo

As três perguntas feitas no referendo foram sobre a atual legislação eleitoral italiana, indagando aos eleitores:

  • se o "bônus da maioria" - que oferece à coalizão mais votada assentos extras no Parlamento - deve ser concedido ao partido político, ao invés da coalizão, como ocorre atualmente, com o maior número de votos na Câmara dos Deputados (primeira pergunta, urna roxa) e no Senado da República (segunda pergunta, urna amarela);[3]
  • se os políticos podem acumular os votos de múltiplos distritos eleitorais ao mesmo tempo[4] (terceira pergunta, urna verde).[3]

Posição dos partidos

Os dois maiores partidos do país, o direitista Povo da Liberdade (PdL), do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, e o esquerdista Partido Democrático (PD), ambos apoiaram o "sim". A Liga Norte (LN), partido aliado ao primeiro-ministro, foi contrária ao referendo, assim como o centrista Itália de Valores (IDV), aliado ao PD. A alegação destes partidos é que a aprovação do referendo instituiria o sistema bipartidário na política italiana. O PdL e Berlusconi, pressionados pela Liga Norte, não fizeram campanha a favor do referendo.[5]

Resultado

Primeira pergunta

Indagava aos eleitores se eram favoráveis à abolição das coalizões entre as listas eleitorais e da atribuição do "bônus da maioria" para as coalizões na Câmara dos Deputados. A primeira pergunta foi realizada junto com a segunda no dia 21 de junho.

Votos válidos Total dos votos
Sim 8.052.954 77,6 %
68,8 %
Não 2.318.792 22,4 %
19,8 %
Votos inválidos 1.336.483 11,4 %
Eleitorado 50.221.071 (abstenção: 76,7%)

Segunda pergunta

Indagava aos eleitores se eram favoráveis à abolição das coalizões entre as listas eleitorais e da atribuição do "bônus da maioria" para as coalizões no Senado da República. A segunda pergunta foi realizada junto com a primeira no dia 21 de junho.

Votos válidos Total dos votos
Sim 8.050.362 77,7 %
68,8 %
Não 2.311.350 22,3 %
19,7  %
Votos inválidos 1.345.075 11,5 %
Eleitorado 50.221.071 (abstenção: 76,7%)

Terceira pergunta

Indagava aos eleitores se eram favoráveis à abolição da possibilidade de um candidato concorrer às eleições para a Câmara dos Deputados em mais de um distrito eleitoral. A terceira pergunta foi realizada no dia 22 de junho.

Votos válidos Total dos votos
Sim 9.489.791 87,0 %
79,3 %
Não 1.417.819 13,0 %
11,8 %
Votos inválidos 1.065.586 8,9 %
Eleitorado 50.221.071 (abstenção: 76,2%)

Referências

  1. [1]
  2. [2]
  3. a b [3]
  4. (em italiano)I subentri nelle assemblee parlamentari in corso di legislatura, in Quaderni costituzionali / a. XXVII, n. 4, dicembre 2007, p. 909.
  5. http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3837931-EI8142,00.html
  • v
  • d
  • e
Eleições e referendos na Itália Itália
Eleições legislativas
Monarquia Constitucional
1861 • 1865 • 1867 • 1870 • 1874 • 1876 • 1880 • 1882 • 1886 • 1890 • 1892 • 1895 • 1897 • 1900 • 1904 • 1909 • 1913 • 1919 • 1921 • 1924 • 1929 • 1934
República
1946 • 1948 • 1953 • 1958 • 1963 • 1968 • 1972 • 1976 • 1979 • 1983 • 1987 • 1992 • 1994 • 1996 • 2001 • 2006 • 2008 • 2013 • 2018 • 2022
Eleições presidenciais
República
1946 • 1948 • 1955 • 1962 • 1964 • 1971 • 1978 • 1985 • 1992 • 1999 • 2006 • 2013 • 2015 • 2022
Eleições europeias
1979 • 1984 • 1989 • 1994 • 1999 • 2004 • 2009 • 2014 • 2019 • 2024
Referendos
1946 • 1974 • 1978 • 1981 • 1985 • 1987 • 1989 • 1990 • 1991 • 1993 • 1995 • 1997 • 1999 • 2000 • 2001 • 2003 • 2005 • 2006 • 2009 • 2011 • 2016 (Abril) • 2016 (Dezembro) • 2020
  • Portal da Itália